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A lógica das Ações e da Bolsa de Valores

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Olá pessoal,
neste vídeo darei minha opinião pessoal e profissional sobre a lógica do mercado
de ações e da bolsa de valores. O processo de tomada de decisão de investimentos
se inicia no momento em que dispomos de recursos excedentes aos nossos gastos, o que chamamos
de poupança. Passamos pela avaliação do cenário econômico
global e nacional, seguida da decisão entre a renda fixa ou renda variável. Os objetivos de prazo são imprescindíveis:
curto prazo para renda fixa e longo prazo para ações. Porque investir em ações? Ser dono de uma empresa sem precisar criá-la
é um privilégio. No processo de avaliação de ações, existem
várias técnicas de análises, dentre elas a fundamentalista. Os riscos do mercado de ações, se pudéssemos
resumir, seriam dois: o prazo e a empresa. O prazo é o risco de mercado, ou sistemático,
aquele sobre o qual não temos controle, enquanto o risco da empresa é o risco específico,
ou não sistemático, Quanto menor o prazo mais expostos estamos à volatilidade dos
preços do mercado. Consequentemente, quanto maior o prazo, menor
a exposição à volatilidade e ao risco. Já o risco da empresa, reside nas características
do seu mercado, sua estrutura de capital, empresarial, dos seus negócios, da gestão, e de
sua operação, indicadores avaliados pela análise fundamentalista. Um bom investimento se encontra por meio de
um criterioso processo de análise. Reside em descobrir o quão lucrativo será
um negócio. Investir em ações é ser proprietário de
uma empresa. Assim como você avaliaria ser sócio da padaria
de seu cunhado, você deve avaliar uma empresa, suas demonstrações financeiras e aspectos
do negócio, que são fontes imprescindíveis de informações para a decisão. Esqueça o esoterismo em investimentos: não
consulte videntes ou adivinhos para saber qual ação vai subir ou qual cairá. Não acredite em caminhos fáceis, pois não
existe um método tão simples pelo qual todos ganham com facilidade e sem conhecimento. O investidor deve ter postura, atitude e disciplina,
comprar ações é se tornar proprietário de um negócio, não de um pedaço de papel. Daniel Kahneman, o precursor das finanças
comportamentais, área que estuda o comportamento irracional frente ao risco, descobriu em pesquisas
com outros psicólogos que nós humanos procuramos sempre por padrões. Até mesmo quando confrontados com séries
aleatórias e imprevisíveis insistimos em encontrar um padrão para adivinhar o próximo
número. Uma das técnicas de análise acredita que,
por meio de estudos dos padrões de mercado, é possível saber para qual direção irão
às cotações. Esta crença faz com que milhares de pessoas
acreditem ser possível ganhar muito dinheiro no curto prazo, já que é possível adivinhar
a próxima cotação de uma determinada ação. Nassim Nicholas Taleb, autor de várias obras,
dentre elas “Iludido pelo Acaso”, “A Lógica do Cisne Negro”, “Antifrágil”
e seu último “Skin In The Game” – em minha opinião uma verdadeiro tratado sobre
o risco – critica algumas teorias acadêmicas, principalmente as ligadas a famosa curva de
sino das distribuições normais em estatística. Segundo Taleb as pequenas probabilidades são
as que realmente fazem a diferença no mundo real e estas se situam na cauda da distribuição
normal, desprezadas pela teoria. São os eventos aleatórios, pouco prováveis,
que geram grandes prejuízos e grandes lucros. A obra de Taleb chama atenção para riscos
enormes principalmente para os que operam no curto prazo olhando para padrões no mercado
de ações e para aqueles que utilizam a aclamada “Moderna Teoria de Carteiras”. A idéia de usar uma teoria sem considerar
o impacto dos possíveis erros desta teoria é o que ele chama de fragilidade, do contrário
saber utilizar os impactos dos eventos aleatórios a seu favor é o que ele chama de antifragilidade. Apesar de ensinar as teorias de finanças
como professor, sempre chamei a atenção sobre estas teorias. A do beta exatamente por ser baseada na distribuição
normal, por isso também ensino como ajustá-la ao mundo real. A moderna teoria de carteiras é também contundentemente
criticada por Bernoit Mandelbrot em sua obra “Mercados Financeiros Fora de Controle”,
pois parte de pressupostos errados como: as pessoas são racionais, todos investidores
são iguais, a mudança de preços é contínua e seguem um movimento browniano. Ainda segundo Taleb e o efeito iludido pelo
acaso. As informações têm uma propriedade desagradável:
elas mascaram os fracassos. Muitas pessoas têm sido atraídas para os
mercados financeiros depois de ouvirem histórias de sucesso de alguém que ficou rico com o
mercado de ações e construiu aquela bela mansão do outro lado da rua – mas, considerando-se
que os fracassos são ocultados e não ouvimos falar sobre eles, os investidores são levados
a superestimar suas chances de sucesso. Investimento seguro e consistente vem por
meio de um criterioso processo de análise dos aspectos econômicos e financeiros de
uma empresa, bem como por sua capacidade de gerar retornos superiores à média do mercado. A grande vantagem do mercado de ações é
nos dar a oportunidade, em vários momentos, de sermos proprietários de empresas com reconhecido
sucesso e lucratividade, e a preços de barganha. Isto só é possível porque o mercado frequentemente
erra na sua avaliação. Mas, o investidor perspicaz pode tirar vantagem
desses erros. São nesses momentos que encontramos “valor
a preços baixos”. O mercado avalia as empresas a cada minuto. Este mercado nada mais é que inúmeras pessoas
operando ao longo do pregão. Você não pode se angustiar diariamente pelos
erros dessas pessoas, até porque elas não seguem um padrão racional de decisão, apenas
emocional e especulativo. Recomendo a leitura da parábola de Benjamim
Graham sobre o mercado, muito citado por Warren Buffett. Ações são investimentos de longo prazo,
você não se torna sócio de uma empresa para ter o retorno no curto prazo. Só o investimento de longo prazo gera retornos
consistentes. Fora isto serão apenas apostas, e apostas
pressupõem riscos muito maiores. E não é isto que investidores conscientes
procuram. Todo investidor ao decidir investir em ações
deve estar preparado para ver o seu valor oscilar ao longo do tempo. O que vemos na maioria das pessoas é o desejo,
e até a crença, de que após comprar uma ação, a mesma só irá subir. Desejo ingênuo que atenta contra a lógica. Segundo o mesmo Ben Graham a principal causa
do fracasso da maioria dos investidores é prestar atenção demais ao desempenho do
mercado acionário. Portanto, recomendo que separe mentalmente
o que é o mercado de ações e o que são as empresas dos resultados reais. A bolsa é apenas a feira onde são negociadas
as ações das empresas, e como feira é habitada por agentes que visam ganhar dinheiro tentando
antecipar as oscilações nos preços. A economia real é onde estão operando as
empresas, e seu valor está relacionado às suas competências empresariais e as suas
vantagens competitivas de longo prazo. O processo de análise demanda tempo e muitas
fontes de informações. Dificilmente teremos a mesma capacidade que
têm os bancos e as corretoras com suas equipes de analistas e economistas, com acesso a muito
mais informações, com mais facilidades que os investidores individuais. Mas, adquirir conhecimentos nos dá o discernimento
para avaliar os serviços desses bancos e corretoras, ler seus relatórios, e tomar
as melhores decisões. Desejo a vocês uma excelente rentabilidade
em seus investimentos. Um Forte Abraço e até o meu próximo vídeo.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui